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Linfomas: conheça os sintomas e como é realizado o diagnóstico e os tipos de tratamentos

Linfoma é um tipo de câncer (tumor maligno) do sistema linfático que é composto por uma complexa rede de

vasos linfáticos, linfonodos e outros órgãos (baço), que juntos são responsáveis pelo transporte de linfócitos (glóbulos brancos), através dos vasos linfáticos, para todas as estruturas do corpo humano e acabem sendo responsáveis pela defesa imunológica do nosso corpo.

O linfoma se desenvolve nos linfonodos, encontrados em várias partes do corpo, principalmente nas axilas, no pescoço e na virilha. Na imensa maioria dos casos, a causa do linfoma não é totalmente conhecida e seu início pode ser o resultado de alterações nos genes dos linfócitos que levam a desregulação no mecanismo de divisão ou morte celular.

Em alguns casos o aparecimento deste câncer pode estar relacionado a alguns tipos de infecções virais ou bacterianas, que afetam o sistema imunológico, principalmente a infeção pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana). Apesar de sua relação com infeções virais e bacterianas os linfomas não são contagiosos e sua transmissão não ocorre através do contato entre o portador e o indivíduo saudável.

Os linfomas se dividem em inúmeros subtipos, e a classificação que se baseia em tipo histológico, tempo de crescimento e transformação foi reformulada e publicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016 e serve para padronizar o diagnóstico deste tumor em todos os locais do mundo.

Os mais comuns são o linfoma de Hodgkin e os linfomas não-Hodgkin e em cada uma destes tumores podemos encontrar uma quantidade enorme de subtipos, por exemplo Linfoma Não-Hodgkin B de Burkitt ou Linfoma de Hodgkin esclerose nodular. O médico hematologista é o especialista neste tipo de câncer e é o responsável pelo tratamento e seguimento destes pacientes.

Os pacientes comumente acabam procurando atendimento médico por perceberem aumento dos gânglios (linfonodomegalia) na região do pescoço, nas axilas ou nas virilhas que além do aumentarem de tamanho ficam endurecidos, embora sejam indolores, não apresentem vermelhidão e nem elevação da temperatura local.

A presença da linfonodomegalia (gânglios aumentados) associada a presença de sintomas como febre persistente (geralmente abaixo de 38,5º), emagrecimento de pelo menos 10% do peso corporal e sudorese profusa (ocorrem em 50% dos pacientes ao diagnóstico) a suspeita diagnóstica de linfoma é aventada pelo médico que assiste o paciente.

A confirmação de que se trata de linfoma ocorre após a realização de biópsia dos gânglios (conhecido por muito por ínguas) e realização do exame de imunohistoquimica. Em alguns casos, a transpiração mostra-se tão intensa que obriga o paciente a trocar o pijama ou até mesmo os lençóis durante a noite e algumas pessoas apresentam um quadro de coceira generalizada, intensa e extremamente desconfortável que motiva o paciente a procurar atendimento médico.

O tratamento dos linfomas varia de acordo com a condição clínica de cada paciente e do subtipo histológico da doença (Hodgkin ou não Hodgkin). As opções terapêuticas disponíveis para tratar os pacientes com linfoma são poliquimioterapia, imunoterapia, radioterapia e transplante autólogo de medula óssea.

Os linfomas indolentes (baixo grau) têm caráter crônico e o tratamento, quando necessário, visa apenas controlar a doença e aumentar o tempo para nova progressão. Para os casos mais agressivos, o transplante de medula óssea retirada do próprio corpo pode ser recomendado. Essa modalidade de tratamento vem obtendo resultados interessantes em linfomas avançados e reincidentes.

As chances de sucesso dependem de vários fatores, como idade do paciente, outros problemas médicos associados, número de tratamentos quimioterápicos ou radioterápicos previamente recebidos, além da sensibilidade da doença à quimioterapia administrada antes do transplante.

Os linfomas são cânceres potencialmente curáveis, mesmo nas fases avançadas. O tipo do linfoma determina se tem maior ou menor chance de cura e o diagnóstico precoce aumenta consideravelmente a chance de curar este tumor. Os linfomas indolentes são pouco agressivos e podem conviver com o paciente por muitos anos, outros requerem tratamento imediato com quimioterapia ou radioterapia.

Texto: Dr. Jaisson Bortolini | Hematologista da Clínica Soma

Confira abaixo mais informações e curiosidades sobre linfomas, passadas pela Dra. Ana Ribas, Hematologista da Clínica Soma:

  1. Quanto tempo dura o tratamento de linfoma? Em média, o tratamento de linfoma costuma durar seis meses.

  2. Quais efeitos colaterais do tratamento? Podem acontecer queda dos cabelos, náuseas, cansaço e infecções. Entretanto, estes sintomas não são muito intensos e os pacientes em geral, passam muito bem.

  3. O que o paciente pode fazer para lidar com esses efeitos colaterais? Em nossa clínica existem vários tratamentos realizados em paralelo, por uma equipe multidisciplinar, que atua intensivamente, junto ao paciente e familiares com o objetivo de amenizar ao máximo o desconforto enfrentado durante o tratamento oncológico

  4. Quais são as lesões causadas pelo linfoma? Elas dificultam o tratamento? De maneira geral, não há lesões causadas pelo linfoma. Na maioria dos casos o tratamento transcorre bem, sem intercorrências e sem necessidade de internação de internação hospitalar.

  5. Como os tipos de linfoma se comportam em jovens, adultos e idosos? Os jovens são mais acometidos pelo linfoma Hodgkin, que é curável em mais de 80% dos casos. Passam muito bem durante todo o tratamento. Os adultos e idosos também experimentam alívio dos sintomas já nos primeiros ciclos do tratamento, com redução no volume dos linfonodos e melhora nos sintomas B (febre, sudorese e param de perder peso).

  6. Um linfoma pode virar uma leucemia? Em situações pouco frequentes, a medula óssea que é a fábrica do sangue, pode ser infiltrada pelo linfoma, e neste caso a célula do linfoma pode aparecer no sangue que corre nas veias.

  7. Com que frequência e por quanto tempo o paciente precisará de acompanhamento médico? Durante o tratamento, que costuma durar de 3 a 6 meses, as visitas ao médico costumam acontecer a cada duas ou três semanas. Após término, à cada três meses por dois anos, à cada seis meses no terceiro e quarto ano, e o paciente costuma ter  alta, após cinco anos de conclusão do programa terapêutico.

  8. Quais especialistas da área da saúde acompanham um paciente diagnosticado com linfoma? O paciente portador de diagnóstico recente de linfoma deve ser encaminhado a um hematologista com experiência em oncohematologia.

  9. O paciente acometido pela doença precisa alterar sua rotina ou evitar alguma atividade?Dependendo do tipo de atividade laboral, o paciente pode manter, a princípio, sua rotina.

  10. Quais as perspectivas após o tratamento? A perspectiva do tratamento é a cura em mais de 50% dos casos.

  11. O paciente submetido a um tratamento para combater o linfoma pode ficar com alguma sequela? Não há sequelas físicas, mas dependo do tipo de tratamento, o sistema imunológico demora seis a doze meses para se recompor.

  12. Quais são os cuidados que um paciente curado deve tomar para evitar uma recidiva? Existem exames periódicos que precisam ser feitos? O paciente que passou por tratamento de linfoma deve ter hábitos de vida saudáveis, evitar tabagismo e excesso de bebidas alcoólicas, praticar atividade física, estar atento aos sinais e sintomas que o corpo pode apresentar. Visitar o seu médico com regularidade e sobretudo ser uma pessoa feliz.

  13. Quais as novidades na medicina para o diagnóstico e combate ao linfoma? Vários medicamentos estão em estudo, desde tratamento imunoterápico isolado ou mais frequentemente associado à quimioterapia, até terapias celulares. O horizonte é muito promissor para os pacientes acometidos por linfoma!

  14. Quais atitudes e/ou ações que as pessoas podem adotar para evitar o surgimento de linfomas? O linfoma acontece por uma transformação maligna dos linfócitos. Ainda não se tem certeza de quais fatores levam à esta transformação. Entretanto alguns vírus e bactérias, estão frequentemente associados à gênese do linfoma. Portanto, um estilo de vida saudável pode não só prevenir a doença, como também garantir a integridade da saúde física como um todo, para que o paciente suporte tranquilamente e com segurança o tratamento oncológico.

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