A fibromialgia é uma condição de saúde crônica que causa dor generalizada e
sensibilidade em todo o corpo, acompanhada por fadiga, distúrbios do sono e outros sintomas. De acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED), a fibromialgia acomete 3% da população brasileira, tendo maior incidência entre as mulheres – 90% dos casos diagnosticados envolvem pessoas do sexo feminino – com idades de 25 anos a 50 anos.
Embora a causa exata ainda seja desconhecida, acredita-se que a fibromialgia esteja relacionada a problemas no processamento das vias nervosas do corpo, resultando em um aumento da sensibilidade à dor. “A causa exata da fibromialgia ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais.”, explica o Dr. Wagner Ribeiro, Acupunturista, Anestesiologia e Especialista no Tratamento da Dor.
De acordo com o Dr. Wagner, algumas pesquisas sugerem que a fibromialgia pode estar relacionada a problemas no sistema nervoso central que afetam a maneira como o cérebro processa as sensações de dor. Em pessoas com fibromialgia, o cérebro pode interpretar os sinais de dor de forma anormal, amplificando a dor e tornando-a mais intensa do que seria em pessoas sem a condição.
“Além disso, a fibromialgia também está associada a fatores psicológicos, como ansiedade, depressão, estresse e traumas emocionais. Esses fatores podem afetar a maneira como o cérebro processa a dor e pode aumentar o risco de desenvolver fibromialgia. Outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da fibromialgia incluem histórico familiar da condição, lesões físicas ou infecções, distúrbios do sono, estilo de vida sedentário, tabagismo e obesidade.”, detalha o especialista.
DIAGNÓSTICO
A fibromialgia pode ser de difícil diagnóstico, pois seus sintomas podem ser semelhantes aos de outras condições médicas. O diagnóstico da fibromialgia é geralmente feito por um médico especialista com experiência nessa área, como os médicos reumatologistas ou os especialistas em dor. O processo de diagnóstico envolve uma combinação de exame físico, histórico médico e avaliação dos sintomas do paciente.
Não há um teste único ou específico para diagnosticar a fibromialgia, mas os critérios diagnósticos geralmente incluem dor generalizada em todo o corpo por pelo menos três meses, juntamente com a presença de pontos de dor específicos em pelo menos 11 dos 18 locais definidos pelo Colégio Americano de Reumatologia. Além disso, o médico pode solicitar exames de sangue para descartar outras condições médicas que possam estar causando sintomas semelhantes.
SINTOMAS
Os sintomas da fibromialgia podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem dor muscular e articular generalizada, fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, problemas digestivos, dificuldade de concentração e memória, ansiedade e depressão. Algumas doenças com sintomas parecidos podem ser confundidas com fibromialgia, dificultando assim o diagnóstico tais como: Síndrome da Fadiga Crônica; Artrite Reumatoide; Espondilite Anquilosante; Síndrome do Intestino Irritável; Síndrome das Pernas Inquietas; Depressão e Ansiedade.
Segundo o Dr. Wagner, é importante notar que muitas pessoas com fibromialgia também têm outras condições médicas. “É importante realizar uma avaliação cuidadosa para descartar outras condições antes de diagnosticar a fibromialgia. Um médico especialista, experiente e sensível pode ajudar a determinar o diagnóstico correto e desenvolver um plano de tratamento eficaz.”, enfatiza o médico.
PROGRESSÃO DA DOENÇA
A fibromialgia é uma condição crônica que tende a persistir ao longo do tempo. No entanto, a progressão da condição pode variar significativamente de pessoa para pessoa. Em alguns indivíduos, a fibromialgia pode permanecer relativamente estável ao longo do tempo, com os sintomas permanecendo mais ou menos os mesmos. Em outros, a condição pode piorar gradualmente ao longo do tempo, com sintomas mais intensos e mais frequentes.
Alguns fatores podem contribuir para a progressão da fibromialgia, incluindo:
Estresse e ansiedade: o estresse emocional crônico e a ansiedade podem piorar os sintomas da fibromialgia, incluindo dor, fadiga e distúrbios do sono.
Doenças concomitantes: outras condições de saúde crônicas, como artrite reumatoide, lúpus ou síndrome do intestino irritável, podem piorar os sintomas da fibromialgia.
Inatividade: o sedentarismo e a falta de atividade física podem levar à fraqueza muscular e diminuição da flexibilidade, o que pode piorar os sintomas da fibromialgia.
Lesões: lesões traumáticas, como acidentes de carro ou quedas, podem agravar a dor e outros sintomas da fibromialgia.
Fatores ambientais: mudanças no clima, poluição do ar e outras exposições ambientais podem afetar os sintomas da fibromialgia.
TRATAMENTO Não há cura para a fibromialgia, mas o tratamento pode ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. O tratamento pode incluir medicamentos para dor e sono, acupuntura, bloqueios analgésicos, terapia ocupacional, psicoterapia e exercícios regulares.
O tratamento também pode incluir mudanças no estilo de vida, como uma dieta saudável, exercícios regulares e redução do estresse. Sendo importante uma abordagem multidisciplinar para otimizar a resposta e o controle adequado dos sintomas.
A acupuntura médica tem destaque entre os tratamentos, pois ajuda no controle da dor e outros sintomas associados. No tratamento com a acupuntura, também são realizados a desativação de pontos gatilhos e a estimulação elétrica transcutânea associada, quando tiver indicação do tratamento de síndrome de dor miofascial associada, otimizando a liberação miofascial.
“Além disso, o médico especialista em dor, pode oferecer outros tipos de tratamento além das medicações orais para controle dos sintomas da doença. Entre eles, destaco os bloqueadores analgésicos, que são realizados para o alívio da dor. Na fibromialgia, um tipo específico de bloqueio bastante utilizado é o bloqueio simpático endovenoso.”, explica o Dr. Wagner.
DICAS DO ESPECIALISTA:
Recomendações gerais do Dr. Wagner para ajudar a gerenciar a fibromialgia:
Mantenha um estilo de vida saudável: uma dieta equilibrada, exercícios regulares e um bom sono podem ajudar a reduzir a dor e outros sintomas da fibromialgia.
Gerencie o estresse: o estresse pode piorar os sintomas da fibromialgia. Praticar técnicas de relaxamento, como meditação, ioga ou tai chi, podem ajudar a aliviar o estresse.
Seja gentil com seu corpo: evite atividades que possam sobrecarregar seu corpo. Faça pausas regulares para descansar e alongar nos intervalos.
Mantenha uma rotina consistente: tente manter uma rotina regular de sono e atividade para ajudar a minimizar os sintomas da fibromialgia.
Identifique gatilhos: identificar gatilhos que possam piorar os sintomas da fibromialgia, como certos alimentos, medicamentos ou atividades, podem ajudar a evitar esses fatores.
Explore opções de tratamento: tratamentos como medicamentos, fisioterapia, terapia ocupacional e acupuntura podem ajudar a aliviar os sintomas da fibromialgia. Além disso, a consulta com um médico especialista em dor pode ajudar na avaliação de algumas técnicas mais específicas para o controle da dor, como os bloqueios analgésicos. Converse com seu médico sobre as opções disponíveis para você.
Converse com outras pessoas: participar de grupos de apoio ou se conectar com outras pessoas que tenham fibromialgia pode ajudar a aliviar a sensação de isolamento e oferecer suporte emocional.
Seja paciente e gentil consigo mesmo: a fibromialgia pode ser uma condição desafiadora. Lembre-se de ser gentil consigo mesmo e ter paciência durante o processo de gerenciamento da condição.
Colaboração: Dr. Wagner Ribeiro
CRM/SC 15090 – RQE 12751 – 11776 - 20830
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