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Câncer de fígado: o que o álcool tem a ver com a doença?

O câncer de fígado se divide em primário ou secundário. O câncer primário do fígado diz respeito aos tumores originados no próprio órgão. São eles:

  1. hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular;

  2. colangiocarcinoma;

  3. angiossarcoma;

  4. hepatobiliar;

  5. hepatoblastoma.

Nos últimos cinco anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) diagnosticou cerca de 26.200 casos de hepatocarcinoma, o mais comum de todos, sendo que 56% eram homens e os 44% restantes, mulheres. O hepatocarcinoma corresponde aos 80% dos casos de câncer de fígado.

Sintomas do câncer de fígado

É importante estar atento aos sinais que o câncer no fígado pode nos dar, para que consideremos procurar um médico:

  1. falta de apetite;

  2. náuseas;

  3. vômitos;

  4. febre;

  5. perda de peso;

  6. sensação de aumento da parte superior do abdômen depois de refeições leves;

  7. fígado e baço aumentados;

  8. dor abdominal;

  9. inchaço e líquido acumulado no abdômen;

  10. icterícia;

  11. coceira;

  12. veias da barriga dilatadas e visíveis;

  13. agravamento de hepatite crônica ou cirrose.

Alguns hormônios são produzidos por tumores hepáticos que atuam em outros órgãos, além do fígado. Nesse caso, podem causar:

  1. hipoglicemia (diminuição de açúcar no sangue);

  2. hiperglicemia (aumento do cálcio no sangue);

  3. altos níveis de colesterol;

  4. ginecomastia (aumento das mamas nos homens);

  5. eritrocitose (aumento das hemácias).

É importante considerar que esses sintomas também se aproximam de outras doenças, mas é fundamental permanecer atento à suspeitas para um tratamento mais eficaz.

Fatores de risco do câncer de fígado

No hepatocarcinoma, alguns fatores de risco são importantes para a prevenção, como a cirrose hepática, que é uma predisposição de 50% dos pacientes e que pode vir do alcoolismo ou hepatite crônica.

Indivíduos afetados pela esquistossomose, assim como em doenças relacionadas ao depósito de ferro no fígado, também fazem parte do grupo de risco. A ingestão de grãos e cereais também deve ser considerada, quando estes são contaminados pelo fungo aspergillus flavus, produtor da aflatoxina, a substância cancerígena relacionada ao hepatocarcinoma.

Prevenir o surgimento do hepatocarcinoma é possível com algumas medidas. A prevenção primária acontece pela interrupção da transmissão do vírus da hepatite B, por meio de vacinas. Dependendo do momento em que se descobre o tumor, a prevenção secundária permite a remoção cirúrgica, no caso de o tumor ter sido detectado pela dosagem no sangue de um marcador tumoral (alfafeto-proteína). Essa substância é produzida em até 70% dos fígados acometidos pelo câncer.

O fator de risco mais conhecido do colangiocarcinoma está relacionado com afecções inflamatórias das vias biliares. Esse fator se complica pela infestação do trematódeo Clonorchis Sinensis, muito frequente em países africanos e asiáticos. No caso de angiossarcoma, um considerável fator é o potencial cancerígeno dado às substâncias químicas, como o cloreto de vinil, arsenicais inorgânicos e a solução de dióxido de tório (thorotraste).

Quando o câncer é descoberto com antecedência, o tratamento é muito mais eficaz. Consultar-se regularmente é a melhor maneira de se prevenir do câncer, já que, muitas vezes, quando o corpo apresenta sintomas, é sinal de que a doença já está em estágio avançado. No entanto, algumas medidas podem ser muito eficazes na prevenção:

  1. evitar infecções por hepatite;

  2. controlar o uso de álcool e cigarro;

  3. manter um peso saudável;

  4. limitar a exposição aos produtos químicos cancerígenos;

  5. tratar doenças que podem aumentar o risco, como doenças hereditárias.

Câncer de fígado e o álcool

Segundo informações do DATASUS, a esteatose é um dos mais frequentes fatores de risco. Caracteriza-se pela gordura acumulada no fígado, que também pode ser resultado de uma alimentação rica em gordura, tão nociva quanto o álcool.

A gordura no fígado é muito comum nos pacientes com câncer de fígado, desde quem está em situação de obesidade, diabetes, hepatites virais até triglicérides alto. A gordura alojada no fígado, quando não tratada, pode evoluir para um quadro de esteato-hepatite, que consequentemente, levará à cirrose.

A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é respeitar a ingestão de duas doses alcoólicas diárias para os homens e uma para as mulheres. É fundamental se ausentar por, no mínimo, dois dias por semana sem ingerir álcool.

O consumo exagerado de álcool também está relacionado a outros tipos de câncer:

  1. câncer de boca;

  2. câncer de faringe;

  3. câncer de laringe;

  4. câncer de esôfago;

  5. câncer colorretal;

  6. câncer de pâncreas;

  7. câncer de mama.

O risco de desenvolver algum tipo de câncer, em relação ao álcool como fator de risco, é diretamente proporcional à quantidade ingerida do líquido.

Tratamento

Primeiramente, o médico irá expor as opções de tratamento ao paciente, que vai depender do estágio em que a doença se encontra. As alternativas podem incluir:

  1. a cirurgia (transplante de fígado ou hepatectomia parcial);

  2. tratamentos locais (embolização ou ablação);

  3. radioterapia;

  4. quimioterapia;

  5. terapia alvo.

Considerando cuidadosamente o caso, pode ser solicitada a combinação de mais de um tratamento. O procedimento cirúrgico, geralmente, é mais indicado em tumores hepáticos primários, quando não há metástases.

A equipe médica para o tratamento de cada paciente deve ser formada por especialistas variados. Cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas e gastroenterologista são indispensáveis ante o processo cirúrgico, dependendo de cada caso específico. É indispensável, também, a presença de outra equipe, que trabalhe mais indiretamente, mas que são tão importantes quanto: enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos.

Para obter mais informações sobre o câncer, baixe gratuitamente nosso “Guia do Paciente com câncer”.

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