O câncer de fígado se divide em primário ou secundário. O câncer primário do fígado diz respeito aos tumores originados no próprio órgão. São eles:
hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular;
colangiocarcinoma;
angiossarcoma;
hepatobiliar;
hepatoblastoma.
Nos últimos cinco anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) diagnosticou cerca de 26.200 casos de hepatocarcinoma, o mais comum de todos, sendo que 56% eram homens e os 44% restantes, mulheres. O hepatocarcinoma corresponde aos 80% dos casos de câncer de fígado.
Sintomas do câncer de fígado
É importante estar atento aos sinais que o câncer no fígado pode nos dar, para que consideremos procurar um médico:
falta de apetite;
náuseas;
vômitos;
febre;
perda de peso;
sensação de aumento da parte superior do abdômen depois de refeições leves;
fígado e baço aumentados;
dor abdominal;
inchaço e líquido acumulado no abdômen;
icterícia;
coceira;
veias da barriga dilatadas e visíveis;
agravamento de hepatite crônica ou cirrose.
Alguns hormônios são produzidos por tumores hepáticos que atuam em outros órgãos, além do fígado. Nesse caso, podem causar:
hipoglicemia (diminuição de açúcar no sangue);
hiperglicemia (aumento do cálcio no sangue);
altos níveis de colesterol;
ginecomastia (aumento das mamas nos homens);
eritrocitose (aumento das hemácias).
É importante considerar que esses sintomas também se aproximam de outras doenças, mas é fundamental permanecer atento à suspeitas para um tratamento mais eficaz.
Fatores de risco do câncer de fígado
No hepatocarcinoma, alguns fatores de risco são importantes para a prevenção, como a cirrose hepática, que é uma predisposição de 50% dos pacientes e que pode vir do alcoolismo ou hepatite crônica.
Indivíduos afetados pela esquistossomose, assim como em doenças relacionadas ao depósito de ferro no fígado, também fazem parte do grupo de risco. A ingestão de grãos e cereais também deve ser considerada, quando estes são contaminados pelo fungo aspergillus flavus, produtor da aflatoxina, a substância cancerígena relacionada ao hepatocarcinoma.
Prevenir o surgimento do hepatocarcinoma é possível com algumas medidas. A prevenção primária acontece pela interrupção da transmissão do vírus da hepatite B, por meio de vacinas. Dependendo do momento em que se descobre o tumor, a prevenção secundária permite a remoção cirúrgica, no caso de o tumor ter sido detectado pela dosagem no sangue de um marcador tumoral (alfafeto-proteína). Essa substância é produzida em até 70% dos fígados acometidos pelo câncer.
O fator de risco mais conhecido do colangiocarcinoma está relacionado com afecções inflamatórias das vias biliares. Esse fator se complica pela infestação do trematódeo Clonorchis Sinensis, muito frequente em países africanos e asiáticos. No caso de angiossarcoma, um considerável fator é o potencial cancerígeno dado às substâncias químicas, como o cloreto de vinil, arsenicais inorgânicos e a solução de dióxido de tório (thorotraste).
Quando o câncer é descoberto com antecedência, o tratamento é muito mais eficaz. Consultar-se regularmente é a melhor maneira de se prevenir do câncer, já que, muitas vezes, quando o corpo apresenta sintomas, é sinal de que a doença já está em estágio avançado. No entanto, algumas medidas podem ser muito eficazes na prevenção:
evitar infecções por hepatite;
controlar o uso de álcool e cigarro;
manter um peso saudável;
limitar a exposição aos produtos químicos cancerígenos;
tratar doenças que podem aumentar o risco, como doenças hereditárias.
Câncer de fígado e o álcool
Segundo informações do DATASUS, a esteatose é um dos mais frequentes fatores de risco. Caracteriza-se pela gordura acumulada no fígado, que também pode ser resultado de uma alimentação rica em gordura, tão nociva quanto o álcool.
A gordura no fígado é muito comum nos pacientes com câncer de fígado, desde quem está em situação de obesidade, diabetes, hepatites virais até triglicérides alto. A gordura alojada no fígado, quando não tratada, pode evoluir para um quadro de esteato-hepatite, que consequentemente, levará à cirrose.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é respeitar a ingestão de duas doses alcoólicas diárias para os homens e uma para as mulheres. É fundamental se ausentar por, no mínimo, dois dias por semana sem ingerir álcool.
O consumo exagerado de álcool também está relacionado a outros tipos de câncer:
câncer de boca;
câncer de faringe;
câncer de laringe;
câncer de esôfago;
câncer colorretal;
câncer de pâncreas;
O risco de desenvolver algum tipo de câncer, em relação ao álcool como fator de risco, é diretamente proporcional à quantidade ingerida do líquido.
Tratamento
Primeiramente, o médico irá expor as opções de tratamento ao paciente, que vai depender do estágio em que a doença se encontra. As alternativas podem incluir:
a cirurgia (transplante de fígado ou hepatectomia parcial);
tratamentos locais (embolização ou ablação);
radioterapia;
terapia alvo.
Considerando cuidadosamente o caso, pode ser solicitada a combinação de mais de um tratamento. O procedimento cirúrgico, geralmente, é mais indicado em tumores hepáticos primários, quando não há metástases.
A equipe médica para o tratamento de cada paciente deve ser formada por especialistas variados. Cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas e gastroenterologista são indispensáveis ante o processo cirúrgico, dependendo de cada caso específico. É indispensável, também, a presença de outra equipe, que trabalhe mais indiretamente, mas que são tão importantes quanto: enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos.
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