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Tratamento oncológico raro é realizado pela primeira vez em Florianópolis

Um procedimento raro para o tratamento de um melanoma localmente avançado foi realizado pela primeira vez na capital catarinense. A técnica inovadora foi executada por uma equipe de profissionais da Clínica Soma e do Hospital de Caridade no último dia 3 de julho.

A Perfusão Isolada de Membro (PIM), nome do método utilizado, consiste em um processo em que a circulação sanguínea do membro acometido é isolada do restante do corpo através de uma máquina de circulação extracorpórea.

Dessa forma, o sangue da paciente passou então a ser perfundido somente na perna, de maneira hipertérmica, possibilitando a aplicação da quimioterapia em altas doses no local. O calor potencializa o efeito do quimioterápico. O fato de o quimioterápico ter sido aplicado isoladamente no membro, permitiu que fosse utilizada uma dose 20 vezes maior do que o seria possível em um tratamento de quimioterapia convencional. Assim, o restante do corpo da paciente foi poupado, reduzindo os efeitos colaterais.

O procedimento visa promover por consequência uma maior resposta tumoral. A cirurgia, que teve a duração de 6 horas, foi um sucesso, e a paciente já recebeu alta e encontra-se em ótima evolução, apresentando sinais de redução do tumor.

O procedimento foi realizado por um trabalho em equipe que contou com três cirurgiões oncológicos: Dr. Eduardo Zanella, oncologista da Clínica Soma, o Dr. Rodrigo Baretta e o Dr. André Molina, do Hospital do Câncer de São Paulo, referência na área, que conduziu a cirurgia junto com o Dr. Eduardo. Também fizeram parte da equipe a oncologista clínica, Aline da Rocha Lino, um anestesista, auxiliar de anestesia, auxiliar de ortopedia, instrumentador, auxiliares de sala e enfermeiras.

A realização deste tratamento inovador em Florianópolis só foi possível pela estrutura hospitalar de alta complexidade do Hospital de Caridade e pela disponibilidade da Clínica Soma, que, além de conduzir o procedimento, forneceu a quimioterapia.

O médico Eduardo Zanella explica que o procedimento foi escolhido porque com o tratamento cirúrgico a doença estava voltando, e para retirar o tumor completamente seria preciso amputar a perna. “A solução foi usar a perfusão isolada de membro. Dissecamos a artéria e a veia femoral, trancamos a circulação da perna e a colocamos interligada à uma máquina de ligação extracorpórea para circular o sangue isolado do corpo, e, assim, administramos a quimioterapia, o que permitiu que o membro com tumor recebesse uma dose de quimioterapia 20 vezes maior do que o organismo poderia suportar numa quimioterapia convencional”, relatou o oncologista.

A PIM tem indicação em casos de melanoma e sarcoma localmente avançados, com doença restrita ao membro, e onde outros tratamentos não sejam possíveis, incluindo um tratamento cirúrgico. Trata-se, portanto, de uma esperança para muitos pacientes tidos como intratáveis pela extensão do acometimento, e é uma alternativa eficaz à amputação do membro.

Esses pacientes normalmente sofrem muito com lesões ulceradas dolorosas, e o controle e regressão com a PIM melhoram a qualidade de vida e a sobrevida desses pacientes, preservando o membro.

Esta foi a primeira vez que esse procedimento, de indicação e realização tão rara foi efetuado em Santa Catarina. Até então São Paulo era o centro de referência para a realização da PIM. Mas, a partir de agora, abre-se uma possibilidade para que os pacientes possam se beneficiar dessa terapia, sem ter que recorrer a outros centros, ou mesmo ficarem sub tratados no estado.

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