Houve uma época em que se acreditava que as pessoas em tratamento de doenças graves como o câncer deviam se manter em repouso e reduzir suas atividades físicas. No entanto, isso é apenas um mito. Afinal, o paciente com câncer pode, sim, fazer atividades físicas.
A verdade é que os exercícios físicos são extremamente importantes, independente da situação. Eles são uma forma de gerar saúde e bem-estar, além de promover melhor qualidade de vida.
No geral, o cansaço é um dos grandes contribuintes para se acreditar que os pacientes deveriam ficar ao máximo em repouso. A fadiga pode acometer cerca de 70% dos pacientes com câncer, seja em decorrência da própria doença, como também do tratamento em si.
Contudo, essa orientação só é válida em casos onde a prática de atividades físicas esteja causando algum tipo de dor, ou quando é extremamente necessário.
Pesquisas recentes mostram que a prática de exercícios físicos não só é segura e possível durante o tratamento do câncer, como também alivia os sintomas do próprio tratamento.
Em outras palavras, incluir atividades físicas na rotina de um paciente oncológico apresenta diversos benefícios, como:
diminui as náuseas pós-quimioterapia;
melhora a disposição e qualidade de vida do paciente;
reduz o cansaço;
melhora da capacidade física;
evita a atrofia muscular;
melhora a circulação sanguínea;
melhora a autoestima;
diminui o risco de osteoporose;
ajuda a controlar o peso.
Ao contrário do que se imaginava, o repouso em excesso pode provocar alguns problemas, como perda funcional e atrofiamento muscular. Ou seja, situações que acabam reduzindo a amplitude dos movimentos do paciente.
Outra boa notícia é que a prática de atividades tem relação direta com a redução do risco de recidiva do câncer. Um estudo publicado no periódico JAMA (The Journal of the American Medical Association), demonstrou que os pacientes que passaram a caminhar por pelo menos 30 minutos, em média cinco vezes por semana, ou fizeram exercícios equivalentes, apresentaram cerca de 60% de redução do risco de recidiva da doença.
Ou seja, a prática de exercícios físicos, de forma regular e moderada, só traz benefícios à saúde de um paciente com câncer. Desses, a melhoria da resposta ao tratamento, da disposição e da qualidade de vida do paciente são as mais importantes.
Colocar o corpo em movimento irá melhorar a tolerância ao tratamento, reduzir suas complicações e ainda reduzir as chances do câncer voltar.
Portanto, mantenha-se em movimento, seja com caminhadas, danças, hidroginástica, natação e até mesmo bicicleta. Contudo, tenha em mente que o ideal é conversar com o médico responsável. Afinal, pode haver situações específicas em que o paciente com câncer não deve fazer atividades físicas.
Quando os exercícios físicos não são recomendados?
Na maioria dos casos, os exercícios físicos são vistos como coadjuvantes para as fases do tratamento oncológico. São raras as situações onde o médico irá recomendar o repouso absoluto de algum paciente. Contudo, não é impossível.
A orientação de manter repouso ocorre quando há anemia está muito acentuada, uma vez que a hemoglobina é a responsável por levar oxigênio aos pulmões.
Outra situação é quando o nível de plaquetas (células do sangue responsáveis pela coagulação e cicatrização) está muito baixo. Atualmente não recomendamos, de forma geral, atividades físicas com plaquetas abaixo de 20 mil.
Também há situações em que o tumor ou suas metástases, por exemplo, ósseas, a depender da localização e dor relacionada, podem também limitar a execução de certos exercícios. Por isso, a prática de atividade física é desestimulada.
Entretanto, o ideal é que, mesmo nessas condições, você converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar atividades com baixa carga, como hidroterapia ou hidroginástica.
Procure sempre falar com o médico cancerologista antes de iniciar qualquer atividade física. O acompanhamento de um médico é imprescindível para qualquer pessoa que queira realizar atividades físicas, seja ela portadora de alguma doença ou não.
Alguns exercícios que você pode fazer
Existem muitas razões para que um paciente oncológico seja fisicamente ativo durante todo o tratamento, exceto aqueles que estão contraindicados a essas atividades.
No entanto, é fundamental que os exercícios físicos sejam pensados para a segurança do paciente. Ou seja, eles precisam ser agradáveis e eficazes enquanto respeitam os limites necessários.
No geral, quando não incluso nas situações que deve-se evitar fazer atividades físicas, o segredo é se manter em movimento. Portanto, procure por exercícios fáceis e tranquilos, que ajudem a aliviar o estresse e permitam que você se sinta bem.
dar uma volta pelo bairro;
andar de bicicleta;
passear com o cachorro;
pratique exercícios aeróbicos;
alongue-se sempre;
exercícios que buscam manter a força muscular e a capacidade física;
É importante que, independente de qual for a atividade física escolhida, você seja supervisionado por um profissional. Acredite, isso não é só pela segurança, mas também porque o acompanhamento das atividades por um especialista colabora para a melhoria dos resultados físicos durante o tratamento.
Pelo menos é isso que foi observado em pelo menos 66 estudos realizados por diferentes cientistas de diversas instituições. O profissional de educação física deve trabalhar em conjunto com o oncologista para poder definir a melhor intensidade, assim como quais os exercícios mais adequados para cada caso.
De todo modo, o importante é começar aos poucos e mudar seus hábitos gradativamente, sem exagerar. E, na presença de qualquer problema, sempre procure seu médico.
E você, tem praticado exercícios físicos? Quer saber mais sobre esse e outros assuntos? Então acesse o nosso blog e fique por dentro dos mais diversos conteúdos que criamos especialmente para vocês. Aproveita para nos seguir no Facebook e Instagram e não perder nenhuma novidade.
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