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O que é quimioterapia?

Entender o que é quimioterapia é extremamente importante, tanto para as pessoas que estão com câncer quanto para a sociedade em geral. Praticamente todas as pessoas já ouviram a palavra quimioterapia em algum momento de suas vidas. Mas como o tratamento acontece, qual a sua eficácia e, também, quais os seus efeitos no organismo dos pacientes ainda é algo a se compreender.

Quando um paciente recebe um diagnóstico de câncer, o cotidiano dele e da sua família acaba tendo alterações profundas, implicando em uma reestruturação das expectativas sobre a sua própria vida. As mudanças podem ocorrer nas mais diversas dimensões, tais como alterações físicas e nos relacionamentos interpessoais, bem como na percepção que o indivíduo tem de si mesmo.

Entenda o que é quimioterapia

A quimioterapia é um método que consiste na aplicação de medicamentos para combater as células que formam o câncer. Esses medicamentos são responsáveis por controlar a doença e em sua maioria são aplicados via intravenosa. Porém, existem medicamentos aplicados por via subcutânea, intramuscular, comprimidos ou cápsulas e até intra-tecal (diretamente no líquor).

O primeiro tratamento quimioterápico foi desenvolvido a partir de derivados gás mostarda, usado nas duas guerras mundiais como arma química. Após a exposição de soldados a este agente, observou-se que eles desenvolveram alterações importantes na medula óssea, o que levou ao seu uso no tratamento dos linfomas malignos.

A partir da publicação, em 1946, dos estudos clínicos feitos com o gás mostarda e das observações sobre os efeitos do ácido fólico em crianças com leucemia, verificou-se um grande avanço da quimioterapia. Atualmente, existem mais de uma centena de medicamentos quimioterápicos mais ativos e menos tóxicos que podem ser utilizados em combinação ou de maneira isolada para tratar os mais diversos tipos de câncer.

Como acontece o tratamento?

O tratamento pode variar de acordo com cada paciente, pois o organismo reage de maneira diferente. A partir do momento em que se estabelece a quimioterapia como tratamento para o câncer, o paciente começa a ser monitorado de perto por uma equipe de profissionais altamente treinados, liderada por um médico oncologista. Eles trabalham em conjunto para proporcionar o melhor atendimento possível. Esta equipe de saúde, geralmente, inclui os seguintes profissionais:

Médico oncologista

O médico oncologista é especializado no tratamento do câncer. O profissional supervisiona o tratamento quimioterápico do paciente e trabalha diretamente com a colaboração dos outros membros da equipe para desenvolver um plano de tratamento específico para cada caso de câncer.

Enfermeiro oncológico

O enfermeiro oncológico é o profissional especializado no atendimento de pacientes com câncer. Ele ajuda o médico oncologista a monitorar a saúde do indivíduo durante o tratamento e a controlar os efeitos colaterais. Além disso, pode oferecer apoio e conselhos para o paciente e os seus familiares.

Existem, ainda, outros especialistas que trabalham para atender as necessidades do paciente, como:

  1. carências físicas;

  2. necessidades psicológicas;

  3. manutenção e preparo dos medicamentos;

  4. informações nutricionais;

  5. fisioterapia e exercícios físicos específicos;

  6. cuidados odontológicos;

  7. assistência social.

Antes da quimioterapia

Antes da quimioterapia, o paciente tem de se encontrar com seu médico oncologista, que  revê seu prontuário médico e realiza um exame físico para poder recomendar um tratamento específico que, provavelmente, consistirá em um número determinado de sessões quimioterápicas, ministradas com uma certa frequência, e que, também, serão estabelecidas pelo profissional, com base no tipo de doença e no quadro clínico.

O oncologista deve, ainda, discutir com o paciente possíveis riscos e benefícios do tratamento quimioterápico.

O profissional, por fim, recomenda o que o paciente pode, ou não, comer ou beber no dia da sua primeira sessão quimioterápica, para que a medicação possa ter a melhor eficácia possível, com mínimos efeitos colaterais.

Dependendo dos possíveis efeitos colaterais da quimioterapia, o médico poderá recomendar alguns cuidados especiais:

Saúde bucal

Após a quimioterapia, o sistema imunológico do paciente se encontra debilitado. Qualquer infecção ou cárie que, por ventura, o paciente possa ter na boca, pode trazer algum problema para o tratamento.

Saúde cardíaca

Alguns tipos de quimioterapia podem afetar o sistema cardiocirculatório do paciente. Por isso, é necessário um check-up da saúde cardíaca antes do início e um monitoramento durante o tratamento. Um dos exames aos quais o paciente pode ter que se submeter é o ecocardiograma, que usa ondas de ultrassom para criar imagens em movimento do coração.

Saúde reprodutiva

A quimioterapia pode afetar o sistema reprodutor do paciente. Caso ele esteja em idade reprodutiva, é preciso discutir com o médico oncologista sobre a possibilidade de fazer o congelamento de óvulos ou sêmen.

Queda de cabelo

A queda de cabelo, seja parcial ou total, é um dos efeitos colaterais mais comuns da quimioterapia. O paciente deve perguntar ao seu médico oncologista se o tratamento que irá receber pode causar essa perda. Desta forma, o indivíduo terá como se preparar para o início da terapia, adquirindo lenços, perucas ou chapéus, antes que seus cabelos comecem a cair.

Durante a quimioterapia

Nos dias em que se realiza a quimioterapia, um familiar ou amigo do paciente devem lhe acompanhar. Quando o tratamento é por injeção intravenosa, o paciente tem de se submeter a um breve exame para checar seus sinais vitais:

  1. pressão sanguínea;

  2. pulsação;

  3. frequência respiratória;

  4. temperatura.

O peso e a altura são medidos para que o paciente receba doses apropriadas de medicação, que são calculadas com base nesses dados. Uma pequena amostra do sangue também é coletada. Por fim, um cateter intravenoso é inserido em uma veia do braço.

Atualmente, o tratamento quimioterápico inclui medicação prévia, que atua para evitar alguns dos possíveis efeitos colaterais do tratamento. Essa medicação pode ser aplicada minutos, horas ou mesmo dias antes da quimioterapia. Para obter todos os benefícios do tratamento, é importante seguir o cronograma das sessões recomendado pelo médico.

Após a quimioterapia

Quando a sessão quimioterápica termina, o cateter é removido e os sinais vitais do paciente são verificados, novamente. O médico oncologista ou enfermeiro oncológico informa sobre os efeitos colaterais que, eventualmente, podem ocorrer nos dias posteriores e orienta sobre medicações, alimentação e outras formas de controlar esses efeitos. As instruções específicas poderão incluir:

  1. evitar ambientes com grande número de pessoas, para proteger o organismo de infecções, pois o sistema imunológico fica debilitado;

  2. beber bastante líquido nas 48 horas seguintes à quimioterapia, para ajudar o organismo a eliminar resíduos da medicação;

  3. a medicação poderá permanecer no organismo do paciente 48 horas após o tratamento. Por isso, é necessário estar seguro de que urina, fezes, vômitos e outras secreções do corpo não entrarão em contato com ninguém durante o período.

A duração da quimioterapia depende do tipo de câncer e do estágio em que a doença se encontra. Durante o tratamento, o paciente pode manter sua rotina diária normalmente.

Possíveis efeitos colaterais da quimioterapia

Os medicamentos utilizados durante a quimioterapia atuam nas células cancerosas para combatê-las, mas, infelizmente, acabam por agir, também, nas células saudáveis. Com isso, surgem os efeitos colaterais do tratamento, como:

  1. anemia;

  2. leucopenia;

  3. osteopenia;

  4. plaquetopenia (células da medula óssea);

  5. queda dos cabelos (células dos folículos pilosos);

  6. inflamação da mucosa oral (células do tubo digestivo);

  7. diarreia;

  8. fotossensibilidade;

  9. constipação;

  10. insônia;

  11. alterações na libído;

  12. alterações no sistema nervoso;

  13. obesidade;

  14. perda de peso;

  15. tontura;

  16. aftas na boca;

  17. fraqueza.

Importante lembrar que, como explicado no início do texto, a quimioterapia é um termo genérico para inúmeros medicamentos diferentes, sendo assim cada remédio tem seus efeitos colaterais específicos e nem todos os tratamentos causam todos estes efeitos.

Dúvidas frequentes sobre a quimioterapia

Posso tomar outros medicamentos durante a quimioterapia?

Todo e qualquer problema de saúde que leve à ingestão de outros medicamentos deve ser informado ao médico. Somente ele poderá analisar se haverá interação medicamentosa entre os tratamentos.

O paciente que faz quimioterapia pode ingerir bebida alcoólica?

A ingestão de bebidas alcoólicas é permitida desde que em pequenas quantidades. Não poderá, de forma alguma, haver ingestão de qualquer bebida alcoólica dias antes ou depois das aplicações de quimioterapia, caso o paciente esteja tomando outras medicações prescritas pelo médico.

Há alterações no fluxo menstrual durante a quimioterapia?

Em algumas mulheres, pode ocorrer aumento, diminuição ou até mesmo ausência da menstruação. Em qualquer um desses casos, o médico deverá ser comunicado.

É possível fazer tratamento dentário durante a quimioterapia?

Qualquer tipo de tratamento dentário só pode ser feito com a autorização do médico oncologista.

É permitido ter relação sexual durante o tratamento quimioterápico?

Sim. Além disso, é altamente recomendado que a atividade sexual se mantenha normal. Deve-se usar algum método anticoncepcional para evitar gravidez durante o tratamento e caso este método seja hormonal, como as pílulas ou as injeções, sempre perguntar ao médico se é permitido mantê-los. Durante os dias seguintes a quimioterapia deve-se utilizar preservativos para evitar o contato com as secreções corporais.

A importância do acompanhamento psicológico durante a quimioterapia

A má notícia, trazida à tona pelo diagnóstico, engloba grandes mudanças na vida do paciente e faz emergir questionamentos direcionados à vida, à doença e à morte. Esses pensamentos tornam-se mais evidentes durante um tratamento como a quimioterapia.

Nesse sentido, é possível observar que a quimioterapia pode acarretar momentos específicos na vida do paciente, como impactos de ordem psíquica. É neste contexto que o acompanhamento psicológico se insere e torna-se muito importante e fundamental. As funções do psicólogo devem ser:

  1. favorecer a adaptação aos limites e às mudanças impostas pela doença;

  2. auxiliar na adesão ao tratamento;

  3. ajudar na tomada de decisões;

  4. o manejo da dor e do estresse;

  5. preparar o paciente para procedimentos invasivos;

  6. o enfrentamento das possíveis consequências da quimioterapia;

  7. promover melhoria da qualidade de vida;

  8. auxiliar a aquisição de novas habilidades ou retomadas das já existentes;

  9. oferecer revisão de valores para o retorno à vida familiar, social e profissional, ou mesmo para o final da vida.

Dentro desse contexto, o papel do psicólogo é muito importante para que esses pacientes tenham melhor adaptação à doença e, consequentemente, qualidade de vida.

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