O lúpus é uma doença inflamatória e autoimune crônica na qual o sistema imunológico

do corpo ataca erroneamente seus próprios tecidos saudáveis, resultando em inflamação e danos aos órgãos e tecidos. Seu nome científico é lúpus eritematoso sistêmico (LES). Dentre as mais de 80 doenças autoimunes conhecidas, o lúpus é considerado uma das mais graves.
Os sintomas da doença podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. Fadiga, febre, dor articular ou dor muscular, inchaço nas articulações, erupções cutâneas, sensibilidade à luz solar, queda de cabelo e confusão mental estão entre os sintomas mais comuns da doença.
O diagnóstico da doença muitas vezes é desafiador porque a doença pode afetar muitas partes do corpo e apresentar sintomas semelhantes a outras condições de saúde. O processo diagnóstico geralmente envolve uma combinação de exames médicos, exames de sangue, exames de imagem e avaliação clínica. “Os critérios diagnósticos estabelecidos pelo Colégio Americano de Reumatologia ajudam o profissional a estabelecer o diagnóstico.”, de acordo com a Dra. Laís Krasniak, médica da Clínica Soma.
Atualmente são conhecidos seis tipos da doença: lúpus eritematoso sistêmico (LES); lúpus eritematoso cutâneo; lúpus neonatal; lúpus induzido por medicamentos; lúpus discoide e lúpus limitado ao órgão.
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é o tipo mais comum e pode afetar qualquer parte do corpo, incluindo pele, articulações, órgãos internos e sistema nervoso. O lúpus eritematoso cutâneo afeta apenas a pele e pode apresentar-se como uma erupção cutânea que aparece em partes do corpo expostas ao sol.
Já o lúpus neonatal ocorre quando uma mãe com lúpus passa anticorpos para o feto durante a gravidez. O lúpus neonatal pode causar uma erupção cutânea e baixa contagem de células sanguíneas no recém-nascido. O lúpus induzido por medicamentos ocorre quando alguns fármacos causam sintomas semelhantes aos do lúpus. Esse tipo de lúpus geralmente desaparece quando a pessoa para de tomar o medicamento.
O lúpus discoide afeta apenas a pele e apresenta-se como uma erupção cutânea que pode causar cicatrizes. Já o lúpus limitado ao órgão afeta apenas um órgão ou sistema do corpo, como os rins ou o sistema nervoso, por exemplo.
A causa exata do lúpus não é conhecida, mas acredita-se que seja o resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Segundo a Dra. Laís, o lúpus é uma doença autoimune, o que significa que o sistema imunológico da pessoa ataca os tecidos saudáveis do próprio corpo, causando inflamação e danos em órgãos e tecidos.
“Algumas pessoas também podem desenvolver lúpus induzido por drogas, que ocorre como uma reação adversa a certos medicamentos. Essa forma de lúpus geralmente desaparece quando a pessoa para de tomar a medicação responsável pelo desencadeamento da doença.”, explicou.
O tratamento do lúpus pode variar dependendo dos sintomas que a pessoa apresenta e da gravidade da doença. O objetivo do tratamento é controlar os sintomas, prevenir danos nos órgãos e melhorar a qualidade de vida. Algumas opções de tratamento para lúpus incluem medicamentos anti-inflamatórios, imunossupressores e antimaláricos.
O prognóstico para uma pessoa com lúpus é muito variável, dependendo de muitos fatores, como a gravidade dos sintomas, a idade da pessoa, a presença de outras condições médicas e a resposta ao tratamento.
“Algumas pessoas com lúpus têm sintomas leves e podem levar uma vida normal e ativa com tratamento adequado. No entanto, outras pessoas com lúpus podem ter sintomas mais graves e frequentes, que podem interferir significativamente na qualidade de vida e requerer tratamento mais intensivo.”, esclareceu a Dra. Laís.
O lúpus não é considerado uma doença rara, mas sim uma doença autoimune relativamente comum. De acordo com a Lupus Foundation of America, estima-se que cerca de 5 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com lúpus, e cerca de 70% dessas pessoas são mulheres. Nos Estados Unidos, estima-se que 1,5 milhão de pessoas tenham lúpus. No Brasil, segundo estimativa do Ministério da Saúde, há cerca de 65 mil pessoas com a patologia, a maioria delas mulheres.
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