As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são doenças autoimunes que se caracterizam pela sua recorrência e mediação imunológica a partir do intestino, onde há a incidência de um processo inflamatório crônico.
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Por isso, quando falamos de DII, estamos falando das principais doenças que atuam dessa forma: a Retocolite Ulcerativa (RCU) e Doença de Crohn.
Embora apresentem manifestações muito parecidas, é importante saber diferenciá-las no momento de realizar um diagnóstico preciso.
Doença de Crohn e Retocolite: qual a diferença?
Tanto a Doença de Crohn, quando a Retocolite Ulcerativa são caracterizadas por inflamações crônicas, de caráter recorrente e também progressivo.
Estão incluídas no grupo de doenças autoimunes, já que surgem a partir de uma causa que interfere na saúde do sistema imunológico, que se encontra tão desordenado ao ponto de produzir anticorpos para atacar o próprio organismo.
Entretanto, cada uma das doenças tem um local mais específico de atuação, o que também explica a caracterização dos seus sintomas.
A Retocolite Ulcerativa provoca inflamação de caráter crônico no intestino grosso, mais precisamente na mucosa da região, ou seja, na camada superficial do cólon. Vale ressaltar que embora a inflamação possa atingir todo o cólon, o mais comum é que o processo inflamatório se inicie no reto.
Já a Doença de Crohn provoca uma inflamação que pode acometer todas as camadas da parede intestinal, sendo mais frequente atingir a porção final do intestino delgado, chamada de íleo. Além disso, é possível que atinja outras localidades, de forma salteada, desde a boca ao ânus, incluindo também a região perianal.
Por isso, é importante deixar claro que a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa são doenças diferentes apesar de suas semelhanças e, dessa forma, devem ser investigadas separadamente.
Doença de Crohn
Como dizem respeito a doenças intestinais, podemos orientar algumas manifestações gerais que são comuns tanto entre a Doença de Crohn quanto a Retocolite Ulcerativa, como, por exemplo:
cólicas abdominais;
desconforto abdominal;
sensação de barriga estufada;
flatulência exagerada;
sensação de esvaziamento incompleto do intestino;
diminuição do apetite;
alternância entre períodos de prisão de ventre e diarreia.
Sobre os sintomas específicos e característicos da Doença de Crohn, podemos acrescentar febre, dor intensa abdominal e também eliminação de sangue e muco pelas fezes. Além disso, a perda de peso pode ocorrer em consequência das primeiras manifestações.
É importante observar também que a diarreia pode se desenvolver lentamente ou de maneira súbita. Geralmente, a dor abdominal e a diarreia tendem a surgir após as refeições.
Outro fator importante é que os sintomas podem vir acompanhados de dores articulares e lesões na pele, além de lesões da região anal, incluindo hemorroidas, fissuras, fístulas e abscessos.
Ao persistir qualquer sintoma com frequência, a procura por um especialista deve ser imediata. Para a confirmação do diagnóstico, além da análise clínica e do histórico do paciente, serão solicitados testes laboratoriais e exames de imagem, como raio-X e endoscopia.
Retocolite Ulcerativa
Além dos sintomas gerais descritos, no caso da Retocolite Ulcerativa, pode surgir ainda a presença de dor anal, acompanhada de diarreia com muco e sangue, além de outras manifestações como aftas na boca, inflamações na pele e nos olhos, e alterações nas vias biliares e fígado.
Geralmente, os sintomas não são acompanhados de febre, mas a constatação da anemia é comum.
Para a confirmação do diagnóstico, o ideal é fazer a exclusão de doenças relacionadas que apresentam causas tratáveis. Na maioria das vezes, torna-se necessária uma retossigmoidoscopia com biópsia, além da colonoscopia.
Tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais
É importante constatar que nos dois casos de Doença Inflamatória Intestinal, Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa, o tratamento mais adequado e promissor é a indicação do uso de medicamentos imunobiológicos.
Graças a evolução da medicina e de pesquisas dentro da área, o surgimento de medicamentos imunobiológicos possibilitam a melhora do quadro da doença, trazendo maior qualidade de vida ao paciente.
A ação desse tratamento consiste no controle das células e mediadores imunobiológicos desencadeadores da inflamação, o que impede a progressão da doença. São caracterizados como anticorpos monoclonais, que atuam como receptores ou bloqueadores da sinalização intracelular.
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