Sabe-se que as doenças autoimunes ocorrem quando o sistema de defesa do organismo não reconhece o próprio corpo, passando a atacar células ou tecidos saudáveis do respectivo organismo.
Não se sabe ao certo o porque desse ataque ao próprio organismo, no entanto, hoje em dia há quem diga que as emoções podem ser um fator do desenvolvimento dessas doenças. Em um estudo, publicado no Journal Of The American Medical Association (JAMA), alguns investigadores levaram a possibilidade do estresse emocional contribuir para as doenças autoimunes.
Esse estudo foi realizado na Suécia, onde 106.464 pacientes foram expostos a distúrbios ligados ao estresse, sendo 40% do sexo masculino. Além disso, foram incluídas na pesquisa, 1.064.640 pessoas não expostas pareadas e 126.652 irmãos desses pacientes.
Como resultado da pesquisa, um ano depois, as pessoas submetidas a transtornos associados ao estresse foram diagnosticadas com algum tipo de doença autoimune. Ou seja, os pacientes com distúrbios ligados ao estresse apresentaram um maior risco de doença autoimune, se comparado aos irmãos desses pacientes e os que não foram expostos.
Em virtude da incidência de doenças autoimunes entre pessoas que foram previamente diagnosticadas com transtornos relacionados ao estresse ter sido muito maior, a certeza de que há uma ligação entre esses fatores vem chamando a atenção.
Doenças autoimunes e o estresse
A Secretaria da saúde define o estresse como uma resposta do organismo a certos estímulos que representem qualquer circunstâncias repentinas ou ameaçadoras. Ou seja, é qualquer experiência que cause tensão, seja ela física, psicológica ou emocional, principalmente se vier em forma de uma resposta como “lutar ou fugir”.
Entenda que o que é estressante para você, pode não ser para outra pessoa, portanto, as causas do estresse são individuas de cada um. Um exemplo é precisar falar em público, enquanto uns farão isso com facilidade, outros podem sofrer por semanas pelo simples fato de precisar se colocar na frente de outras pessoas.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, o estresse pode se manifestar em decorrência de várias coisas como um acidente traumático, morte ou até mesmo uma situação de emergência. Ele também pode estar associado à alguma doença grave ou simplesmente à vida cotidiana, como ambiente de trabalho e responsabilidades familiares.
A evolução do estresse ocorre em três fases, que segundo o Ministério da Saúde, são:
fase de alerta: É nessa fase em que a pessoa entra em contato com o transtorno relacionado ao estresse.
fase de resistência: Aqui, o corpo tenta recuperar seu equilíbrio, onde o organismo pode se adaptar ou então eliminar o problema.
fase de exaustão: Nessa fase, podem surgir alguns comprometimentos físicos em forma de doença, ou seja, a possibilidade de doenças autoimunes (no caso de pacientes com predisposição).
Contudo, é muito importante ter em mente que existe uma diferença entre o estresse em si e um transtorno relacionado ao estresse, que é quando uma condição ou doença específica ocorre por causa de algum evento específico que foi intensamente estressante, como transtorno de estresse pós-traumático, por exemplo.
Em resumo, pessoas que fazem parte dos fatores de risco, como ter uma predisposição genética para a doença, podem acabar desenvolvendo doenças autoimunes por conta de problemas emocionais como o estresse.
Afinal, as emoções, em especial o estresse está ligado à liberação de hormônios capazes de alterar aspectos da fisiologia, alterando as defesas do organismo.
Como identificar e reduzir o estresse
Cada pessoa possui diferentes reações ao estresse e à ansiedade então, reconhecer os sintomas relacionados à eles pode ser um pouco difícil. Contudo, os sinais mais comuns podem ser divididos em sintomas:
Físicos
falta de ar (na ausência de qualquer problema respiratório);
dor de cabeça;
aumento dos batimentos cardíacos;
sensação de “queimação” ou “peso” no estômago;
diarreia ou prisão de ventre;
cansaço/falta de energia;
tremores;
piora dos quadros de doença.
Sentimentais
emoções excessivas, além da persistência de sentimentos como tristeza, raiva, culpa, medo ou preocupação;
humor deprimido;
desanimo;
indiferença afetiva.
Comportamentais
perda de paciência com as pessoas;
evita expressar os sentimentos;
aumenta o uso de algumas substâncias como remédios, álcool ou até mesmo drogas;
violência;
agitação.
Cognitivos
dificuldade de lembrar as coisas, ter “branco”;
não conseguir se concentrar nas tarefas;
dificuldade de tomar decisões;
pensamentos que invadem a mente, geralmente desagradáveis.
Além desses, a queda de cabelo em excesso, cefaleia ou enxaqueca, tensões musculares, alergias, insônia, baixa imunidade, problemas gastrointestinais e de coração, além de problemas de pele, como acne, também podem ser indicativos do estresse.
É muito importante tentar evitar o estresse, dessa forma evitando o desencadeamento de problemas piores, contudo, se não for possível, mudar o seu estilo de vida e alguns hábitos é extremamente necessário.
De acordo com o Ministério da Saúde, a melhor forma de prevenir e controlar o estresse é a partir da alimentação, atividade físicas e alguns tipos de medicamentos.
Alimentação
A alimentação é um fator muito importante para que seu corpo e mente fiquem saudáveis, contudo, quando ficamos estressados é comum o organismo perca muitas vitaminas e nutrientes, portanto, é necessário repor o que foi perdido. Aposte em verduras e frutas, além de brócolis, chicória, acelga e alface. Leite e seus derivados também devem ser consumidos para recuperar o cálcio perdido.
Atividades físicas
No geral, as atividade física proporcionam inúmeros benefícios ao organismo, sendo capaz de melhorar as funções cardiovasculares e respiratórias, queimando calorias, além de ajudar no condicionamento físico. Praticar alguma atividade ajuda na produção de substâncias que são naturalmente relaxantes e analgésicas, como a endorfina, o que é capaz de aliviar o estresse.
Medicamentos
Nesse caso, apenas um especialista pode indicar qual o melhor remédio para você. Se percebeu alguns dos sintomas do estresse, marque sua consulta e deixe que um profissional, analise seu quadro para decidir qual a melhor forma de tratamento.
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