Embora grande parte da população ache que o colesterol traga apenas malefícios para a saúde, ele é primordial para o funcionamento do corpo humano. Enxergado muitas vezes como “vilão” o colesterol é essencial para o nosso organismo, pois ele atua como componente de todas as membranas das nossas células.
Cada célula é envolvida por uma camada dessa gordura que facilita a entrada e a saída de substâncias. No cérebro, por exemplo, esse revestimento evita curto-circuitos nos neurônios. De acordo com a Nutricionista Funcional e Oncológica da Clínica Soma, Dra. Claúdia Andrea Patounas, o colesterol faz parte da produção de hormônios esteroides (progesterona, testosterona, cortisol, etc), vitamina D e ácidos biliares que atuam na digestão e absorção de gorduras.
Mas o colesterol passa a ser problema quando passa a ficar em nível elevado no organismo, e pode ser um componente fatal para indivíduos com alta propensão a ter um infarto, ou seja, os tabagistas, sedentários, hipertensos e pessoas com mais de 50 anos de idade. Nesses casos, a gordura em excesso pode ser prejudicial, pois ela é fator de risco para a formação de placas que podem “entupir” as artérias.
Além disso, segundo a Dra. Claúdia, o colesterol elevado também pode ocasionar outros problemas de saúde. “Além de doenças cardiovasculares como infarto e derrame, complicações como diabetes, dentre outras, o colesterol elevado, em conjunto com a obesidade, pode desencadear alterações calculares que levam a diversos tipos de câncer, principalmente o de mama e intestino.”, ressalta a nutricionista.
Nosso corpo produz no fígado cerca de 70% do colesterol e, o restante, é adquirido por meio da alimentação. Dessa maneira, se um paciente for de alto risco, mesmo que se comprometa a fazer uma mudança drástica de hábitos, como largar o cigarro, fazer atividade física diária e comer alimentos mais saudáveis, ele vai precisar de medicamentos, as chamadas estatinas, para que as taxas de colesterol sejam adequadas.
Como o colesterol elevado é silencioso (dificilmente causa sintomas), a recomendação é que, a partir dos 35 anos, todos façam exames laboratoriais anualmente para controlarem as taxas. Mas atenção: é primordial diferenciar os tipos de colesterol que existem no nosso organismo. Nós possuímos o colesterol LDL, mais conhecido como “colesterol ruim” e o HDL, o “colesterol bom”.
Tipos de colesterol e suas taxas
COLESTEROL RUIM: o colesterol contido nas chamadas lipoproteínas de baixa densidade é chamado de LDL (do inglês low density lipoprotein). O LDL leva o colesterol para as nossas células e, em excesso, pode se depositar nas paredes das artérias, formando placas que aumentam o risco de infarto e de derrame, processo conhecido como aterosclerose. Por isso, o LDL é conhecido como “mau colesterol” e seu nível deve ser mantido baixo.
COLESTEROL BOM: o HDL é quem tira o colesterol das células, para ser eliminado, são as lipoproteínas de alta densidade, ou HDL (do inglês high density lipoprotein). Ele ajuda a evitar o entupimento das artérias, sendo conhecido como “bom colesterol” e seu nível deve ser alto.
Valores ideais (em mg/dl)
As diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) não diferenciam os valores ideais de colesterol total, HDL e triglicérides entre pessoas de baixo, médio ou alto risco:
Colesterol total: Abaixo de 190;
HDL: Acima de 40;
Triglicérides: Abaixo de 150.
Já os valores máximos de LDL são separados dependendo do grau de risco do paciente:
Risco baixo: Abaixo de 130;
Risco intermediário: Abaixo de 100;
Risco alto: Abaixo de 70.
Aumentar o bom e diminuir o ruim
Para diminuir o colesterol ruim:
praticar exercícios físicos;
ter uma alimentação saudável;
consultar um médico para avaliação, pois pode ser necessário tomar medicamentos para normalizar os níveis de colesterol LDL.
Para aumentar o colesterol bom:
praticar exercícios físicos de alta intensidade;
ter uma alimentação equilibrada, rica em fibras, cereais integrais, carnes magras, dando preferência principalmente para aveia, azeite de oliva, oleaginosas, peixes e folhas verdes.
perder peso, se estiver acima do peso ideal, especialmente se tiver muita gordura abdominal.
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